Incidência de roubos é fator levado em consideração na hora de calcular o seguro do veículo. Crescimento em 2014 foi de 10%, em relação a 2013.
Um levantamento apontou o crescimento do roubo de veículos no Brasil. O aumento no ano passado foi de 10%. Além de enfrentar o perigo, motoristas ainda encaram um prejuízo no bolso: a violência deixa mais cara a contratação de um seguro.
Silvio saiu no carro do pai para deixar a namorada em casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Acabou rendido por três bandidos, que levaram tudo.
“Quando ela estava entrando em casa, outro carro parou. Três sujeitos saltaram armados, falando: ‘Perdeu, perdeu’. Entreguei tudo: o carro, dinheiro, celular. Perdi tudo”, conta o taxista Silvio Peters de Carvalho.
A queixa do roubo foi feita em uma delegacia. No dia seguinte, a polícia recuperou o automóvel, mas depenado: sem estepe, macaco e com um dos vidros quebrados. A franquia do seguro custava R$ 4 mil. Tão caro que não compensou, e a família preferiu arcar com os custos do reparo: "Quase R$ 3 mil. Eu fiquei com o prejuízo total do roubo", diz Silvio Sérgio de Carvalho, analista de sistemas.
Pesquisas obtidas com exclusividade pelo Bom Dia Brasil mostram o crescimento de roubo de veículos no ano passado. Um levantamento feito pela Confederação Nacional das Seguradoras aponta que em 2014 foram registrados 516 mil casos em todo o país. Um aumento de 10% e relação a 2013.
Outro estudo, da Superintendência de Seguros Privados, mapeou os roubos de veículos segurados. No primeiro semestre de 2014 foram registrados mais de 79 mil casos. O número subiu 7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A pesquisa já leva em conta o crescimento da frota.
O Distrito Federal teve o maior aumento de casos: 44%. Também foi feito o levantamento em quatro regiões metropolitanas. Na Grande São Paulo o crescimento foi de 16,5%. O índice também subiu no Rio de Janeiro (15,3%) e em Belo Horizonte (3,2%). Só em Porto Alegre houve queda (-1,3%). Entre os veículos segurados, o que teve maior o índice de roubo foi um modelo de moto de 450 cilindradas.
Na hora de fechar um orçamento, as seguradoras levam em consideração fatores de risco do cliente, a idade do motorista, se há ou não garagem em casa e no trabalho e o endereço do condutor. A incidência de roubos também interfere e pode deixar mais caro o valor do seguro de um carro ou de uma moto.
“Sem dúvida alguma, o segurado vai pagar nos próximos seguros que fizer um preço mais alto do que pagava anteriormente porque há um risco maior de ele ser roubado nessas cidades onde houve um aumento da incidência desse crime”, explica Márcio Souto Costa Ferreira, presidente da Comissão de Seguro da OAB-RJ.
A polícia do Rio de Janeiro informou que faz operações contra o roubo de veículos. A Polícia Civil diz prendeu a maior quadrilha que atuava no estado.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contestou os números da Superintendência de Seguros Privados. Disse que os 42 mil veículos roubados no estado no primeiro semestre do ano passado representam menos de 1% da frota, e que, de junho a novembro, houve queda de 10% no índice de roubos de veículos após a implantação da lei dos desmanches.
Fonte: G1 / Bom dia Brasil