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domingo, 23 de janeiro de 2011

Em questão, a hiperatividade

Os pais devem estar atentos aos sintomas apresentados logo cedo e providenciar os tratamentos.


Distração, dificuldade de concentração e esquecimento de tarefas diárias são fatores presentes na vida de toda criança e adolescente. Mas quando estão aliados à agitação extrema e começam a comprometer o rendimento na escola, é preciso procurar ajuda. Cerca de 5% das crianças brasileiras sofrem de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um distúrbio que pode levar a uma vida adulta desorganizada, com prejuízos comportamentais e até o abandono dos estudos.
Segundo a neuropediatra e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Heloísa Viscaíno Pereira, os sintomas são mais flagrantes na fase escolar, mas podem aparecer desde cedo. Para que o diagnóstico seja preciso, o médico deve fazer uma análise clínica – não há como identificar o distúrbio através de exames – de 18 critérios de déficit de atenção e hiperatividade, além de investigar o histórico familiar, já que a taxa de transmissão por hereditariedade gira em torno de 80%.
Apesar de não ter um fator genético comprovado, o transtorno pode aparecer com mais frequência em grupos de risco, como crianças com nascimento prematuro, provavelmente ocasionado por lesão no processo de amadurecimento do cérebro, mais precisamente no eixo neurotransmissor da dopamina, substância responsável pelas funções cognitivas, como moderação de humor e capacidade de concentração.


Por falta de informação o TDAH, muitos consideram quem tem o transtorno como pessoa mal-educada


O TDAH pode representar um sério agravante no mau rendimento escolar. Isso porque a criança que desenvolve o problema não presta atenção a detalhes ou, quando se fala diretamente com ela, tem dificuldade de se concentrar e se organizar. Não segue instruções até o fim, evita tarefas que exigem esforço mental prolongado, perde objetos, se distrai com estímulos externos e esquece atividades do dia a dia.

Aliado a isso, tem comportamento muito ativo, mexendo muito mãos e pés, não consegue se manter parada ou no mesmo local por muito tempo, é impaciente, impulsiva, interrompe conversas e fala muito. Geralmente a criança é agitada em momentos inapropriados e toma atitudes que podem colocar em risco sua própria segurança, como subir em árvores ou atravessar a rua sem cuidados. “Por falta de informação, muitas pessoas consideram quem tem o transtorno como mal-educada, o que pode gerar problemas de relacionamento. A criança pode ser isolada do convívio com as outras por ser hiperativa ou se tornar agressiva com os demais. Estudos mostram que adultos com TDAH são mais propensos a sofrer acidentes de carro, devido à falta de atenção e impulsividade, se separam com mais frequência e tendem a procurar profissões que fujam da rotina”, avalia Heloísa.


O TDAH pode representar um sério agravante no mau rendimento escolar, porque a criança não presta atenção a detalhes


No mês passado foi publicada no Diário Oficial do Estado, a promulgação da Lei 5.848/10, que diz que o Estado do Rio de Janeiro terá que adotar medidas para a identificação e tratamento da dislexia na rede estadual de Ensino. “Embora não tenha relação com capacidade intelectual, a dislexia, que é uma dificuldade com a leitura, muitas vezes é mal interpretada, causando a reprovação dos alunos e desistências”, relata o deputado Alessandro Molon, autor da lei. Ele lembra que o físico alemão Albert Einstein era disléxico.

Para Molon, as escolas são o ambiente mais mais propício para identificação e também para o tratamento do transtorno, que pode ser minimizado com os devidos cuidados. Por isso, a futura lei prega a capacitação permanente dos professores para esta avaliação. O texto ainda determina que os exames sejam realizados em alunos já matriculados na rede e em estudantes admitidos por transferência de outras escolas que não pertençam à rede pública estadual.


Psicóloga orienta pais para saber como lidar com filhos portadores de TDAH


Segundo a psicóloga Daniela Levy, ser mãe de um hiperativo é tarefa muito difícil. “Significa ter que conviver com uma criança que não responde ao que é ensinado, que vive derrubando as coisas, correndo pra lá e pra cá. É impossível não ficar irritada. A hiperatividade confunde pais, professores e médicos. Se não for diagnosticada nem tratada adequadamente, a doença vira um tormento para a criança e para quem vive em torno dela”, resume.

A psicóloga acrescenta que nem toda criança que é agitada deve ser rotulada de hiperativa. A agitação pode ser resultado de problemas comportamentais ou manifestações de outras doenças graves, como autismo, hipertireoidismo e até depressão infantil.

Como lidar com o hiperativo? “Estabelecer limites é a primeira orientação. Além de repetir a mesma instrução várias vezes sem perder a paciência, elogiar o que a criança faz certo, não encher o quarto de bichos de pelúcia nem de quadros nas paredes, limitar o número de brinquedos disponíveis para evitar distração, prefira copos e pratos de plástico e evite encher a sala de bibelôs ou vasos de vidro, pois quase todo hiperativo tem problema de coordenação motora”, ensina Daniela. “E na sala de aula, o hiperativo deve sentar-se longe da janela, de preferência nas primeiras fileiras, para diminuir as distrações”.

Embora a hiperatividade não tenha cura, ela pode ser controlada com tratamento psicoterápico, prática de atividades físicas e, nos casos mais graves, medicamentos estimulantes ou antidepressivos. “O remédio melhora a concentração e, dessa forma, facilita o aprendizado das crianças hiperativas. Mas tem efeito colateral e, por isso, só deve ser usado quando a psicoterapia não for suficiente para ajudá-las a levar uma vida normal”, conclui Daniela.
Impacto negativo na vida adulta

Atentar para a presença de comorbidades, principalmente distúrbios psiquiátricos como transtorno de humor bipolar, depressão e dislexia também é fundamental. Cerca de 60% dos casos de TDAH estão relacionados a outros diagnósticos, que devem ser controlados primeiro, para não pôr em risco a eficiência do tratamento.

A neuropediatra Heloísa Viscaíno explica que crianças hiperativas que não recebem atendimento adequado não necessariamente carregam os sintomas para a vida adulta: a maioria dos conflitos se resolve na adolescência. No entanto, 60% dos pacientes relatam algum impacto negativo. “A dificuldade de manter o foco, muito frequentemente, faz com que as pessoas abandonem os estudos e não consigam se inserir no mercado de trabalho, não por falta de oportunidade, mas por serem impulsivas, desorganizadas e terem dificuldade em cumprir prazos, deixando trabalhos inacabados. É importante frisar que o distúrbio não interfere na inteligência, mas no comportamento, impedindo que o paciente desenvolva seu potencial”, esclarece.

Heloísa destaca que o transtorno não tem cura, mas pode se estabilizar. O tratamento é basicamente medicamentoso, a partir de remédios que regulem os níveis de dopamina no cérebro, melhorando as atividades de foco e diminuindo a hiperatividade. A psicoterapia também pode ser um aliado: a linha mais indicada é a Terapia Cognitivo-comportamental, que se baseia na capacidade de mudar a atitude, desenvolvendo estratégias que ajudem o paciente a se organizar e melhorar seu ambiente familiar e de trabalho.

Fonte: site odiarionews.net